Meditação mindfulness e alimentação estão super relacionadas. Esse livro não é sobre isso, mas bem que poderia ser.

A meditação mindfulness funciona como um exercício para nos ancorarmos no presente, percebendo com curiosidade o que estamos pensando, sentindo, experimentando, sem julgamentos. Quando comemos, a maneira como estamos nos sentindo influencia nosso comportamento. Se estamos frustrados ou ansiosos, comemos muito, sem atenção. Quando estamos tristes temos a tendência de ficar indulgentes; nesse momento as pessoas exageram nos doces e guloseimas.
Há algum tempo percebi um padrão alimentar meu relacionado a isso. Quando estou muito cansado, depois de um longo dia de trabalho ou de reuniões enormes e cansativas, tenho a tendência de me “presentear" com alguma porcaria… rs. Pode ser um belo hambúrguer, uma pizza, um sorvete, sei lá. Depois que comecei a meditar, continuo fazendo essas coisas; mas faço muito menos porque me tornei consciente das emoções por trás do meu padrão alimentar. Agora, quando tarde da noite penso em pedir uma pizza, antes de fazê-lo me pergunto “Estou com fome?", “Quero mesmo uma pizza?" ou “Só estou estressado e quero esquecer sobre o trabalho comendo essa pizza?". A consequência é que quase não como nada mais por impulso. Outra coisa bem útil é praticar uma meditação antes ou no início da refeição - o que te deixará mais consciente sobre a alimentação. De fato, praticar a meditação mindfulness é como adquirir uma caixa de ferramentas que nos ajuda a promover as mudanças que queremos.
Outro dia li esse livro Regras da comida: um manual da sabedoria alimentar, do Michael Pollan. Estou recomendando aqui porque, embora não seja um livro sobre meditação ou sobre mindful eating (o Brasil tem até um instituto sobre isso, sabia?), ele traz uma série de conselhos ou políticas alimentares que deveríamos adotar em nossa vida, sem exageros ou radicalismos.
Na verdade, as regras são bem simples e apelam para nosso bom senso. Por exemplo, a regra número 1 é “Coma comida". Parece idiota, mas o que ele quer dizer é que não devemos comer saquinhos de salgadinhos, pacotes de biscoito (ou bolacha, dependendo de onde você mora), balas, macarrão instantâneo, etc. E assim seguem outras 63 regras, todas estruturadas ao redor de uma única frase: “Coma comida, de preferência vegetais, não em excesso". Cada parte dessa frase corresponde a uma parte do livro e cada regra tem uma explicação do seu porquê.
Vale à pena a leitura! É um livro simples, pequeno, barato e que vai fazer você repensar sua relação com os alimentos, em especial os industrializados. Sem radicalismo, sem julgamentos, só bom senso.