Olá! Bem-vindo ao CIENTISTA ZEN: meditação mindfulness na academia (e fora dela).
Meu nome é Rafael Loyola, sou cientista, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Goiás e meditante amador. Para saber mais sobre meu trabalho, acesse meu Currículo Lattes do CNPq ou meus perfis no Google Acadêmico e/ou no ResearchGate.
Mas vamos ao que interessa! O CIENTISTA ZEN é um espaço para conversa, aprendizado e divulgação sobre meditação mindfulness para o público acadêmico, principalmente. Mas se você não está na universidade poderá gostar do blog, uma vez que os posts terão uma linguagem acessível e informativa e pequenas definições serão apresentadas quando necessário.
A essa altura você já deve estar se perguntando... mas o que eu vou encontrar nesse blog? O que é mindfulness? Um cientista pode meditar? Meditação não é coisa religiosa?
Vou começar contanto minha história… um professor universitário sério no Brasil dá aulas, orienta alunos na graduação e pós-graduação, faz pesquisa e projetos de extensão. Há alguns anos, fazendo tudo isso, percebi que precisava me organizar ou ia simplesmente ter um colapso. Naquela época, orientava 7 alunos de doutorado e uns 3 de mestrado, fora co-orientações. Além disso, era coordenador do curso de Ecologia e Análise Ambiental e estávamos fazendo um monte de trabalhos científicos diferentes nom meu laboratório – isso sem contar as inúmeras reuniões e viagens para congressos e oficinas (de lá para cá, isso só piorou, mas pelo menos eu medito rs).
A solução que encontrei foi ler muito sobre organização pessoal, gestão de projetos e outros livros que são muito mais do mundo coorporativo e da administração do que popriamente da biologia. Após vários testes e ajustes, me adaptei ao método Getting Things Done - GTD, proposto pelo David Allen. Aliás, recomendo muito o livro que explica tudo isso, se você quiser se organizar.
Com anos de prática no GTD, esbarrei numa literatura que a princípio me pareceu estranha. Ela falava sobre o zen, meditação e sobre prestar atenção no presente. Na verdade, toda uma filosofia oriental presente nas artes marciais e cujas analogias estão presentes no GTD. Mas tudo isso me pareceu muito hippie… a palavra meditação me remetia à Índia e Japão, com uma mistura de mestres faixa preta e hippies se abraçando no parque, tocando flauta e segurando cristais, incensos, etc. Mas aos poucos, descobri que essa era uma visão equivocada e que a meditação vinha sendo fortemente encorajada em ambientes que nunca imaginaria.
Grandes empresas como Google, HBO, Apple e outras tinham programas e treinamentos sobre meditação, salas para meditação e professores de meditação que auxiliam os CEOs a atingir metas e objetivos. Vasculhei então a literatura científica e encontrei vários trabalhos sérios – publicados em revistas de grande reputação (e.g. PNAS) e com cientistas de universidade muito renomadas (e.g. Yale) – investigando os benefícios da meditação. De fato, hoje a meditação é entendida como uma atividade simples, não-religiosa e cientificamente comprovada para o seu cérebro. E é muito mais que isso!
Como a prática da meditação fazia sentido no contexto da produtividade pessoal, resolvi unir as duas coisas e ver o que acontecia. Essa prática da meditação levou-me à ideia da atenção plena ou mindfulness (mais explicações no próximo post). O que se seguiu a isso vou comentar em outros textos do Blog; por enquanto basta dizer que a meditação mudou minha maneira de me relacionar com as pessoas (incluindo eu mesmo) e com a vida, de uma maneira geral. Enfim, acho que estou no caminho para ser um CIENTISTA ZEN.